
Nada desdenhei – in-vado-me, desexplico-me. Asianei-me em técnicas górgianas e em socráticos koans. Tiro os tapetes às minhas convicções – desenrasco-me usando, com cepticismo, o senso comum.
O mundo é um longo tapete de idades que se desenrolam e cuja lingua beija a minha. A humanidade esquiva-se, complexamente. A velocidade da ciências é bastante desconcertante.
A minha vida assenta em ab-usos vários – recicla sabedorias, mas não tenta, com o devido marketing vender mais uma nova.
Safei-me em muitas festas, mas deixei muita coisa a meio. Não fodi nem saí de cima? Ou fodi e saí de cima?
Tentei re-inventar as velharias revolucionárias, como se um alento as tornasse menos arcaicas. Recusei poderes, naturais e sobrenaturais, depois de uma exercitação em que não os ambicionava.
Pois, ó amiguinhos, vou continuar a extrair imagens do imaginário nem que seja a saca-rolhas. Não vou ser esquesito com a glória, se bem que ela saiba a palha, e não haja eternidade que chegue para a comer toda.
Preferi-me homem a demiurgo ou seu servo alado, mas não descurei das pobres magias que fazem com que as imagens e os sons tenham um discreto efeito sobre as coisas.
Aspirei a realidade, mas ainda não a coloquei no caixote do lixo. Perdi os deveres na esquina, embora continue, sem saber porquê, a cumpri-los.
Fui enganado pela vida, traído pelos ideais, chicoteado pela fama. Doeu-me. Mas passado algum tempo até me sentia melhor.
Tive relutância em aceitar a caridade – mas esta revelou-se graciosa.
Não pedirei desculpa pelos meus pudores e pelas engraçadas dissimulações.
Quem podemos invocar quando a nossa consciência é o espelho dos poderes de onde se emana o mundo?
O mundo é um longo tapete de idades que se desenrolam e cuja lingua beija a minha. A humanidade esquiva-se, complexamente. A velocidade da ciências é bastante desconcertante.
A minha vida assenta em ab-usos vários – recicla sabedorias, mas não tenta, com o devido marketing vender mais uma nova.
Safei-me em muitas festas, mas deixei muita coisa a meio. Não fodi nem saí de cima? Ou fodi e saí de cima?
Tentei re-inventar as velharias revolucionárias, como se um alento as tornasse menos arcaicas. Recusei poderes, naturais e sobrenaturais, depois de uma exercitação em que não os ambicionava.
Pois, ó amiguinhos, vou continuar a extrair imagens do imaginário nem que seja a saca-rolhas. Não vou ser esquesito com a glória, se bem que ela saiba a palha, e não haja eternidade que chegue para a comer toda.
Preferi-me homem a demiurgo ou seu servo alado, mas não descurei das pobres magias que fazem com que as imagens e os sons tenham um discreto efeito sobre as coisas.
Aspirei a realidade, mas ainda não a coloquei no caixote do lixo. Perdi os deveres na esquina, embora continue, sem saber porquê, a cumpri-los.
Fui enganado pela vida, traído pelos ideais, chicoteado pela fama. Doeu-me. Mas passado algum tempo até me sentia melhor.
Tive relutância em aceitar a caridade – mas esta revelou-se graciosa.
Não pedirei desculpa pelos meus pudores e pelas engraçadas dissimulações.
Quem podemos invocar quando a nossa consciência é o espelho dos poderes de onde se emana o mundo?
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