
A natureza engana-nos melhor com as suas leis do que as nossas leis a ela.Devemos enganarmo-nos voluntáriamente para percebermos até que ponto a gestão da consciência está aberta às mais bárbaras manipulações.
Algumas teorias são mais eficazes que o doping.
As nossas melhores estupideses conseguem consolar os tolos.
As palavras novas servem para atrapalhar as velhas.
Um filósofo que anda à procura de publicidade é como um velho pugilista a tentar conquistar um título.
Wittegenstein disse que uma boa filosofia podia ser um compendio de piadas – nós lá estaremos para contribuir com vigorosas gargalhadas.
A morte é algo que se inventa na vida como auto-negação incontornável. Podemos no entanto experimentar a excitação da «morte», a ânseadade ou o consolo de já não termos que continuar a sofrer em vida.
A eternidade é uma metáfora que ora serve para contornar o presente ora para lhe exaltar a imensa intensidade.
A clareza suprime aspectos «rebuscados» da realidade – prefiro a clareza como um suplemento e a complicação intrinseca das coisas como uma riqueza da qual não nos é necessário desembaraçar.
Confundimos o sentido com as borbulhantes intenções que tentamos adequar ao uso. As intenções não só desaparecem com o uso, como dizia Jasper Johns, como o sentido se desusa, desaparecendo em «grande parte» nas intenções que se afundam.
Estamos aqui – entre-tendo-nos.
Quando entramos em mundos supostamente diferentes somos extremamente habilidosos em adaptar-lhes a linguagem – a linguagem é a familiaridade que constrói vistas panoramicas sobre a estranheza.
Estamos envolvidos num patchwork de problemas muito parciais que no fundo existem para pastar as tensões das suas formas romanescas.
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