Thursday, July 19, 2007

cometas acádicos (versão b)


Área antes deste. Tempo arado. Irrigação muito sofisticada por baixo da eternidade. Era um esplêndido autor arquitectural.... Construia a maldade.

Vejo-te celebrada enormemente. Avanço até hoje. Alguns muçulmanos irrigavam a sofisticação do mundo – canones Abássidas.

A sua infinita misericórdia tinha algumas reservas - os coxos caminhavam, os cegos trabalhavam, o oriental arquipélago dos prodígios prosperava.


Sentiamo-nos arados pela terra – deus traduzia-nos.


Deus fazia-se Deus, no primeiro, no segundo, no terceiro, no quarto, no quinto, no sexto e no sétimo dia, e era Deus, e achava-se bom, mesmo bom, e continuava assim por outros dias afora.


Eramos geométricos – uma linha recta cortáva-nos o cérebro.

Os trabalhos do divino eram cegos. A vida achava-se segurança. Mas tremia nervosa e cheia de dúvidas até. E Babilonia envolvia-se em etanol e divisões blindadas.


O Verão estende-se ano após ano sobre o Médio Oriente com nostalgias do Enuma Elish e outros maravilhosos canticos que invertem os zigurates. As àguas do Eufrates correm subterraneas em toda a lingua que se faz mais escrita – porque a lingua nasceu de escritas mais primitivas e insones e só se assenhorou de si mesma , em regateada inauguralidade, nestes inclinados poemas sumérios.

- as bibliotecas não se deixaram conservar na Grécia (essas incluiam livros que se desenrolavam como tapetes de púrpura esperando que uma mão adultera e assassina acabasse com o leitor – aliás, o dever da literatura é tornar-nos adulteros ou assassinar-nos «purpuramente»)


Bagdade hoje era a sombra de um califa pintado por um expressionista mais ou menos abstracto. Ou a sombra de M. cuidadosamente desenhada por um califa dado a artes e sem mêdo de incorrer em iconoclastias. Os auxiliares do califa davam côr ao pintor americano muitos séculos antes.


Estava envolvido na obscuridão sobrenatural. Mas preferia-lhe as claridades mais naturais – uma feliz Arábia. O ar supera as nossas fantasias, sejam elas sado-masoquistas ou pirosamente místicas.

Agradava-lhe, passado um quarto de século, a linguística, porque lhe parecia uma ciência antiga a que os cultures das artes se resignaram. Saussurre e Pierce podiam ler-se hoje sem mascarilhas.

As bibliotecas eram arquipélagos que arquivavam os prodigios com oriental caligrafia. Os coxos caminhavam esplendidamente por Bagdad. Sentia-se o império romano a cobrir com suas àguas as ruínas dos zigurates.

Mas – sentias-te muito irrigada para baixo, muito traduzida em enigmas vizinhos, persas, com linhas de fogo cruzaado, com uma servidão muito sofisticada a outros califados.

Inana fazia-se central impedidindo que os mortos ressuscitassem.

O jardim do senhor também pode ser uma tasca – acrescentou Ali.

Nas planícies lisas alcançavam-nos outros rios que pareciam vir subterraneamente da Tartária.

Eu sinto-me muitas vezes vendido neste reino de Alterações.

E nesse veredicto insolente reconheço uma voz que perdi há muito tempo.

As pestanas do mundo fecham-se e escritores siameses deixam os seus papiros com a respiração das colunas militares.

Até os rios eram seus discipulos.

O governo material das coisas filosofais é minha vida.

O sino abate-se sobre os anos solares.

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